terça-feira, 11 de novembro de 2008

Itinerários - o início

Pra [in]felicidade geral da nação, continuo viva.


Ou melhor, quase viva, porque esse estágio de vestibular todo final de semana é praticamente uma pseudo vida. Estudar se tornou o verbo, o sujeito, o predicado, o adjunto adnominal e todo o resto da parafernália gramatical dos meus últimos dias.

O primeiro foi o da UEL, que fica em Londrina.
Fui pra lá no sábado (vestibular no domingo), a viagem daqui de Umuarama até Londrina dura em média três horas. A minha durou doze.
Isso mesmo, doze horas pra chegar até a fatídica cidade pro tal vestibular.
Não, não. Não havia trânsito e o meu tio não era uma tartaruga paleozóica no volante.
O carro é que quebrou.

Tínhamos percorrido grande parte do percurso, quando passamos 1 km de Mandaguari – um ovo de cidade – e uma densa fumaça nojenta começou a entrar no carro pelo painel, pronto TÁ QUEIMANDO TUDO. Meu tio parou, descemos e ele verificou que tinha mesmo queimado alguma coisa (grande conclusão). Fazia um sol escaldante, um calor ensurdecedor, e não tínhamos água. Eu procurei uma sombra e achei uma árvore em cima do morro. Chamei meu primo pra subirmos e ficarmos a espera de socorro lá debaixo mas ele é um molenga e não quis ir.
Antes tivesse ficado lá com ele.

Depois de uns vinte segundos de uma árdua subida no morro, o Guilherme – primo molenga – me avisou que tinha enormes formigas no meu pé e na minha perna, desci quase rolando do morro, o qual é da terra incrivelmente vermelha desse estado, encardindo toda a minha meia branca. Arranquei meu tênis e comecei a pular e gritar pela rodovia em volta do triângulo “FORMIGA-FORMIGA-FORMIGA”...
ai, ainda bem que ninguém viu, eu acho.
Odeio formigas, sempre odiei, sempre vou odiar pra sempre. Amém.

Depois de cinqüenta quentes minutos a espera do tão sonhado guincho, eis que ele surge no horizonte – mentira, surgiu ali na estrada mesmo – trazendo esperança pra continuação da nossa rota. Levou-nos até o posto mais próximo, em Mandaguari, onde um mecânico que acabava de se arrumar pra ir a um arrancadão de som (nem experimente me perguntar que diabos é isso) nos atendeu simpaticamente, adoro pessoas simpáticas (você vai adorar depois de uma hora precisando dela). Trocou umas borrachas aqui, outra mangueira ali e záz, disse que daria pra chegar ao nosso destino (idiota).
Depois de três horas neste posto, meu tio liga o carro – demorou pra pegar, mas segundo o tal Flávio ou Fábio, era normal (idiota de novo) – e continuamos.

Perto de Arapongas – uma cidade um pouco maior e bem próxima de Londrina – tem um pedágio. Maldito e [depois] bendito pedágio! Bem no meio, o carro pifa. Ó-TI-MA hora e local pra isso acontecer. Um milhão e meio de carro atrás da gente, e o vermelhinho lá, pifado bloqueando a passagem até de um mosquito por aquele guichê (?). SORTE, que estávamos em frente ao posto da Viapar! Eles correram, e nos ajudaram.

O local que ficaríamos mais quatro horas parados era bom pra caramba, tinha internet, tevê com sky, café e banheiro [com proteção de assento sanitário e tudo] o máximo! Tudo de graça e no ar condicionado. Local perfeito pra se passar o resto dos dias aqui na terra, nem sairia de lá mais. O problema é que tinha um vestibular bem sacana no outro dia.

Meu tio ligou pro seguro, deu um rolo do tamanho de Júpter, mas no fim um guincho levou o carro até Umuarama, um táxi nos levou até londrina e fizemos o vestibular.
Ah, tivemos que voltar de táxi, tudo pelo seguro, até que enfim eu vi o porque de existirem pedágios e seguros. As vezes a gente precisa, inusitadamente.




Ps: Esse final de semana é o da UFPR em Curitiba, eu calculo – pela distância – e relativamente usando a ultima viagem, que... irá durar umas 72 horas.

2 comentários:

Marco Antonio Araujo disse...

é bom você passar, cara... eu não queria ser seu tio nessas horas...

Comulot disse...

HAHUAHUAHUHUAUHAHUAHU!
muito boa a estória! deve ter sido muito firme! o estresse, a raiva, a confusão, o fuá, o inusitado. do meu ponto de vista (sentado no meu aconchegante quarto) parece ter sido uma viagem super divertida.