domingo, 18 de outubro de 2009

O sinal.

Desde que eu nasci, sabia que alguém me esperava. Mentira. Não sabia. Descobri quando te encontrei. Não encontrei como alguém que procura algo realmente. Surgiu. Assim sem mais nem menos, na rua, com esse sorriso de oi to aqui. Sorriu e logo já foi me agarrando lá parado mesmo. Pegou minha alma. E eu te peguei. A alma também, porque na verdade eu estava lá parada do mesmo jeito. Do outro lado da rua. É que com a gente, sempre foi tudo meio parado. Mas por dentro muito forte. E não sei o porquê. Nem como. Mas você já me pegou daquele jeito na rua parado do outro lado. Outros diriam que você nem era tão bonito assim. Nem era tão atraente e fatal. Como se nós estivéssemos nos importando com isso. Acontece que me pegou. O filho da puta lá parado não perdeu tempo e foi logo me agarrando. Beijamos-nos. Acariciamos-nos. Ficamos sozinhos por muito tempo. O tempo só nosso. Tudo isso enquanto o sinal abria. Você lá parado de um lado da rua e eu do outro. Uma rua nos separava fisicamente e o universo nos unia.

Vale!

sábado, 17 de outubro de 2009

brand new (re)start

O blog era "inutilismo". Mas enjoei. Queria que na vida fosse tudo assim: Não gostou? Não faça. Não quis? Devolva. Não quer ficar? Volte. Enjoou do nome antigo do blog? Mude.
Mas não é. Com exceção do último.
E agora... O que era uma gaveta, não é mais. É só um blog.

Voltei, pessoal bonito e blogueiro. Saudade.

Vale!

sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

-

(Esses dias...)


Eis que estou aqui tranqüila no computador, tendo uma espécie de pseudo vida social com meus amigos pra confundir o tédio.

[3 a.m.]

Meu tio entra em casa, na sala, e acende a luz. Vai pra copa e acende a luz. Volta pra sala tranca a porta e apaga a luz.Volta pra copa e apaga a luz - tudo escuro- acende a mesma luz da copa e fica parado olhando pro nada.
Vi a movimentação estranha em casa e uma iluminação de boite - acende apaga acende apaga - e meu tio lá, estacado, feito uma estátua de mármore. "Nossa, o tio não tá conseguindo nem andar em linha reta". - gritei.
Ele ficou mais um tempo ali parado sem tirar a mão do interruptor, uma espécie de transe, eu acho, diria quase que uma meditação sob os efeitos do álcool.

Ele se mexeu e foi pra cozinha, acendeu a luz, abriu a geladeira, fechou a geladeira e foi pro quarto dele. Depois de aproximadamente dez minutos, veio no meu quarto, colocou a mão no batente da porta, ficou parado por um tempo e me disse : " E v-você nã0 conseague f-falar em linha reta" (sic).
Ahn? Falar em linha reta?
Ele deve ter ficado esse tempo todo pensando em algo pra falar, e sai isso.
-

Desmoralização do álcool.

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Itinerários - o início

Pra [in]felicidade geral da nação, continuo viva.


Ou melhor, quase viva, porque esse estágio de vestibular todo final de semana é praticamente uma pseudo vida. Estudar se tornou o verbo, o sujeito, o predicado, o adjunto adnominal e todo o resto da parafernália gramatical dos meus últimos dias.

O primeiro foi o da UEL, que fica em Londrina.
Fui pra lá no sábado (vestibular no domingo), a viagem daqui de Umuarama até Londrina dura em média três horas. A minha durou doze.
Isso mesmo, doze horas pra chegar até a fatídica cidade pro tal vestibular.
Não, não. Não havia trânsito e o meu tio não era uma tartaruga paleozóica no volante.
O carro é que quebrou.

Tínhamos percorrido grande parte do percurso, quando passamos 1 km de Mandaguari – um ovo de cidade – e uma densa fumaça nojenta começou a entrar no carro pelo painel, pronto TÁ QUEIMANDO TUDO. Meu tio parou, descemos e ele verificou que tinha mesmo queimado alguma coisa (grande conclusão). Fazia um sol escaldante, um calor ensurdecedor, e não tínhamos água. Eu procurei uma sombra e achei uma árvore em cima do morro. Chamei meu primo pra subirmos e ficarmos a espera de socorro lá debaixo mas ele é um molenga e não quis ir.
Antes tivesse ficado lá com ele.

Depois de uns vinte segundos de uma árdua subida no morro, o Guilherme – primo molenga – me avisou que tinha enormes formigas no meu pé e na minha perna, desci quase rolando do morro, o qual é da terra incrivelmente vermelha desse estado, encardindo toda a minha meia branca. Arranquei meu tênis e comecei a pular e gritar pela rodovia em volta do triângulo “FORMIGA-FORMIGA-FORMIGA”...
ai, ainda bem que ninguém viu, eu acho.
Odeio formigas, sempre odiei, sempre vou odiar pra sempre. Amém.

Depois de cinqüenta quentes minutos a espera do tão sonhado guincho, eis que ele surge no horizonte – mentira, surgiu ali na estrada mesmo – trazendo esperança pra continuação da nossa rota. Levou-nos até o posto mais próximo, em Mandaguari, onde um mecânico que acabava de se arrumar pra ir a um arrancadão de som (nem experimente me perguntar que diabos é isso) nos atendeu simpaticamente, adoro pessoas simpáticas (você vai adorar depois de uma hora precisando dela). Trocou umas borrachas aqui, outra mangueira ali e záz, disse que daria pra chegar ao nosso destino (idiota).
Depois de três horas neste posto, meu tio liga o carro – demorou pra pegar, mas segundo o tal Flávio ou Fábio, era normal (idiota de novo) – e continuamos.

Perto de Arapongas – uma cidade um pouco maior e bem próxima de Londrina – tem um pedágio. Maldito e [depois] bendito pedágio! Bem no meio, o carro pifa. Ó-TI-MA hora e local pra isso acontecer. Um milhão e meio de carro atrás da gente, e o vermelhinho lá, pifado bloqueando a passagem até de um mosquito por aquele guichê (?). SORTE, que estávamos em frente ao posto da Viapar! Eles correram, e nos ajudaram.

O local que ficaríamos mais quatro horas parados era bom pra caramba, tinha internet, tevê com sky, café e banheiro [com proteção de assento sanitário e tudo] o máximo! Tudo de graça e no ar condicionado. Local perfeito pra se passar o resto dos dias aqui na terra, nem sairia de lá mais. O problema é que tinha um vestibular bem sacana no outro dia.

Meu tio ligou pro seguro, deu um rolo do tamanho de Júpter, mas no fim um guincho levou o carro até Umuarama, um táxi nos levou até londrina e fizemos o vestibular.
Ah, tivemos que voltar de táxi, tudo pelo seguro, até que enfim eu vi o porque de existirem pedágios e seguros. As vezes a gente precisa, inusitadamente.




Ps: Esse final de semana é o da UFPR em Curitiba, eu calculo – pela distância – e relativamente usando a ultima viagem, que... irá durar umas 72 horas.

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

quantos?

E lá se foram dezoito anos da sua vida...
O que pode não parecer muito, mas que com mais um tanto desse você já tem quase quarenta e já está na metade da vida. Ou seja, se você viver o tanto básico do índice de expectativa de vida no Brasil, dezoito anos significa praticamente ¼ da sua vida.
Daí bate aquela íngua que alguns têm pela manhã, após uma noite de bebedeira, um tipo de depressão que você não sabe da onde vem, mas sabe quando ela está por dentro. Ela te entope e enche o estômago, sobe pelo esôfago e fica enroscada na garganta. Torna-se difícil engolir e difícil falar, dá logo uma vontade de deitar na cama e ficar olhando o nada... Esperando essa coisa passar. Talvez seja algo como um pós adolescente com crisezinha de existência. E se tem uma coisa que ninguém merece é uma crise de existência. Pensar no que você é, no que você já fez ou no que deveria ter feito, é algo inevitável, e então, a gente começa a pensar no que vai fazer amanhã, mais existencial ainda porque você não tem a mínima idéia onde estará daqui a um ano.
Sim, aí você fica preocupado porque até agora você não fez realmente algo de relevante pra sua pequena vida e nem sabe se ainda vai fazer...ou melhor, o que pode fazer.
A gente pára o presente pra ficar lembrando o passado ou arquitetando o futuro, acabamos estragando o presente, achando o passado chato e com uma baita dúvida de futuro.



[de um texto parecido do blog]

vale!

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

up

E de repente da incerteza brilhou uma luzinha fraca, instável, mas é uma luzinha.
E no meio de tanta escuridão, tanto breu sem cheiro, sem som, ela apareceu tímida. Também não trouxe consigo o som, e nem o gosto, não trouxe nada além de sua própria luminescência.
O que, por si só, já é confortante.
E dela, se por um bem maior, virão raios de intensidade indiscutível. Porque a vida é uma roda, e roda. E uma hora você está em cima e depois em baixo. E as luzes é um grande aviso do movimento. Maior ainda são as cores - que prismaticamente – se formam dessas luzes.
E desse pequeno raio, refratará um arco íris. Por enquanto será assim.

domingo, 7 de setembro de 2008

um.

E tem de todas as cores, de todos os tamanhos e de todas as formas imagináveis.
No fim, é tudo igual.

Usam a mesma roupa curta diferente. O mesmo cabelo cortado e pintado diferente. São todos e todas iguais e diferentes.
Quando falam, isto é, quando têm eficiência e capacidade para falarem, falam desnecessidades. Relincham palavras de um modo que a sociedade é obrigada a suportar – mesmo a sociedade sendo composta por uma grande parte dessas – escolhem pessoas erradas para estarem sempre perto. Gostam do efêmero, porque talvez, esse cause mais impacto em suas pseudo vidas. Inútil pensar que os outros gostam por agir desta maneira, inútil pensar que isso é bonito e relevante. É medíocre, pífio.

Quando envelhecerem, terão muitas histórias para contar. Histórias para se arrepender.
Contaram com um sentimento amarrado no que sobrou de coração, e se viverem até lá, quando envelhecerem, irão querer voltar e fazer diferente. Ilusão. Voltarão e farão tudo igual. Porque esse tipo de pessoa não muda, e provavelmente nunca percebe a vida fútil e triste que tem. A vida porca que tem.

Resta a você encaixar em quem quiser, usando sua opinião e seu conhecimento desse vasto mundo de putices e canalhices em geral.