domingo, 18 de outubro de 2009

O sinal.

Desde que eu nasci, sabia que alguém me esperava. Mentira. Não sabia. Descobri quando te encontrei. Não encontrei como alguém que procura algo realmente. Surgiu. Assim sem mais nem menos, na rua, com esse sorriso de oi to aqui. Sorriu e logo já foi me agarrando lá parado mesmo. Pegou minha alma. E eu te peguei. A alma também, porque na verdade eu estava lá parada do mesmo jeito. Do outro lado da rua. É que com a gente, sempre foi tudo meio parado. Mas por dentro muito forte. E não sei o porquê. Nem como. Mas você já me pegou daquele jeito na rua parado do outro lado. Outros diriam que você nem era tão bonito assim. Nem era tão atraente e fatal. Como se nós estivéssemos nos importando com isso. Acontece que me pegou. O filho da puta lá parado não perdeu tempo e foi logo me agarrando. Beijamos-nos. Acariciamos-nos. Ficamos sozinhos por muito tempo. O tempo só nosso. Tudo isso enquanto o sinal abria. Você lá parado de um lado da rua e eu do outro. Uma rua nos separava fisicamente e o universo nos unia.

Vale!

3 comentários:

Gabz disse...

Quem disse que distância diz alguma coisa, quando o sentimento é verdadeiro e recíproco, não? Eu entendo bem disso...
Dona moça sumida, deixei algo pra você no meu blog, olhe lá!

Jorge Leandro Carneiro disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Jorge Leandro Carneiro disse...

Grande sensibilidade poética, todos temos a capacidade de sentimo-nos assim, menos corpo e mais alma, mas a maioria se esconde atrás das convenções ou coisa assim. Jogar-se às vezes vale a vida.