sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

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(Esses dias...)


Eis que estou aqui tranqüila no computador, tendo uma espécie de pseudo vida social com meus amigos pra confundir o tédio.

[3 a.m.]

Meu tio entra em casa, na sala, e acende a luz. Vai pra copa e acende a luz. Volta pra sala tranca a porta e apaga a luz.Volta pra copa e apaga a luz - tudo escuro- acende a mesma luz da copa e fica parado olhando pro nada.
Vi a movimentação estranha em casa e uma iluminação de boite - acende apaga acende apaga - e meu tio lá, estacado, feito uma estátua de mármore. "Nossa, o tio não tá conseguindo nem andar em linha reta". - gritei.
Ele ficou mais um tempo ali parado sem tirar a mão do interruptor, uma espécie de transe, eu acho, diria quase que uma meditação sob os efeitos do álcool.

Ele se mexeu e foi pra cozinha, acendeu a luz, abriu a geladeira, fechou a geladeira e foi pro quarto dele. Depois de aproximadamente dez minutos, veio no meu quarto, colocou a mão no batente da porta, ficou parado por um tempo e me disse : " E v-você nã0 conseague f-falar em linha reta" (sic).
Ahn? Falar em linha reta?
Ele deve ter ficado esse tempo todo pensando em algo pra falar, e sai isso.
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Desmoralização do álcool.

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Itinerários - o início

Pra [in]felicidade geral da nação, continuo viva.


Ou melhor, quase viva, porque esse estágio de vestibular todo final de semana é praticamente uma pseudo vida. Estudar se tornou o verbo, o sujeito, o predicado, o adjunto adnominal e todo o resto da parafernália gramatical dos meus últimos dias.

O primeiro foi o da UEL, que fica em Londrina.
Fui pra lá no sábado (vestibular no domingo), a viagem daqui de Umuarama até Londrina dura em média três horas. A minha durou doze.
Isso mesmo, doze horas pra chegar até a fatídica cidade pro tal vestibular.
Não, não. Não havia trânsito e o meu tio não era uma tartaruga paleozóica no volante.
O carro é que quebrou.

Tínhamos percorrido grande parte do percurso, quando passamos 1 km de Mandaguari – um ovo de cidade – e uma densa fumaça nojenta começou a entrar no carro pelo painel, pronto TÁ QUEIMANDO TUDO. Meu tio parou, descemos e ele verificou que tinha mesmo queimado alguma coisa (grande conclusão). Fazia um sol escaldante, um calor ensurdecedor, e não tínhamos água. Eu procurei uma sombra e achei uma árvore em cima do morro. Chamei meu primo pra subirmos e ficarmos a espera de socorro lá debaixo mas ele é um molenga e não quis ir.
Antes tivesse ficado lá com ele.

Depois de uns vinte segundos de uma árdua subida no morro, o Guilherme – primo molenga – me avisou que tinha enormes formigas no meu pé e na minha perna, desci quase rolando do morro, o qual é da terra incrivelmente vermelha desse estado, encardindo toda a minha meia branca. Arranquei meu tênis e comecei a pular e gritar pela rodovia em volta do triângulo “FORMIGA-FORMIGA-FORMIGA”...
ai, ainda bem que ninguém viu, eu acho.
Odeio formigas, sempre odiei, sempre vou odiar pra sempre. Amém.

Depois de cinqüenta quentes minutos a espera do tão sonhado guincho, eis que ele surge no horizonte – mentira, surgiu ali na estrada mesmo – trazendo esperança pra continuação da nossa rota. Levou-nos até o posto mais próximo, em Mandaguari, onde um mecânico que acabava de se arrumar pra ir a um arrancadão de som (nem experimente me perguntar que diabos é isso) nos atendeu simpaticamente, adoro pessoas simpáticas (você vai adorar depois de uma hora precisando dela). Trocou umas borrachas aqui, outra mangueira ali e záz, disse que daria pra chegar ao nosso destino (idiota).
Depois de três horas neste posto, meu tio liga o carro – demorou pra pegar, mas segundo o tal Flávio ou Fábio, era normal (idiota de novo) – e continuamos.

Perto de Arapongas – uma cidade um pouco maior e bem próxima de Londrina – tem um pedágio. Maldito e [depois] bendito pedágio! Bem no meio, o carro pifa. Ó-TI-MA hora e local pra isso acontecer. Um milhão e meio de carro atrás da gente, e o vermelhinho lá, pifado bloqueando a passagem até de um mosquito por aquele guichê (?). SORTE, que estávamos em frente ao posto da Viapar! Eles correram, e nos ajudaram.

O local que ficaríamos mais quatro horas parados era bom pra caramba, tinha internet, tevê com sky, café e banheiro [com proteção de assento sanitário e tudo] o máximo! Tudo de graça e no ar condicionado. Local perfeito pra se passar o resto dos dias aqui na terra, nem sairia de lá mais. O problema é que tinha um vestibular bem sacana no outro dia.

Meu tio ligou pro seguro, deu um rolo do tamanho de Júpter, mas no fim um guincho levou o carro até Umuarama, um táxi nos levou até londrina e fizemos o vestibular.
Ah, tivemos que voltar de táxi, tudo pelo seguro, até que enfim eu vi o porque de existirem pedágios e seguros. As vezes a gente precisa, inusitadamente.




Ps: Esse final de semana é o da UFPR em Curitiba, eu calculo – pela distância – e relativamente usando a ultima viagem, que... irá durar umas 72 horas.

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

quantos?

E lá se foram dezoito anos da sua vida...
O que pode não parecer muito, mas que com mais um tanto desse você já tem quase quarenta e já está na metade da vida. Ou seja, se você viver o tanto básico do índice de expectativa de vida no Brasil, dezoito anos significa praticamente ¼ da sua vida.
Daí bate aquela íngua que alguns têm pela manhã, após uma noite de bebedeira, um tipo de depressão que você não sabe da onde vem, mas sabe quando ela está por dentro. Ela te entope e enche o estômago, sobe pelo esôfago e fica enroscada na garganta. Torna-se difícil engolir e difícil falar, dá logo uma vontade de deitar na cama e ficar olhando o nada... Esperando essa coisa passar. Talvez seja algo como um pós adolescente com crisezinha de existência. E se tem uma coisa que ninguém merece é uma crise de existência. Pensar no que você é, no que você já fez ou no que deveria ter feito, é algo inevitável, e então, a gente começa a pensar no que vai fazer amanhã, mais existencial ainda porque você não tem a mínima idéia onde estará daqui a um ano.
Sim, aí você fica preocupado porque até agora você não fez realmente algo de relevante pra sua pequena vida e nem sabe se ainda vai fazer...ou melhor, o que pode fazer.
A gente pára o presente pra ficar lembrando o passado ou arquitetando o futuro, acabamos estragando o presente, achando o passado chato e com uma baita dúvida de futuro.



[de um texto parecido do blog]

vale!

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

up

E de repente da incerteza brilhou uma luzinha fraca, instável, mas é uma luzinha.
E no meio de tanta escuridão, tanto breu sem cheiro, sem som, ela apareceu tímida. Também não trouxe consigo o som, e nem o gosto, não trouxe nada além de sua própria luminescência.
O que, por si só, já é confortante.
E dela, se por um bem maior, virão raios de intensidade indiscutível. Porque a vida é uma roda, e roda. E uma hora você está em cima e depois em baixo. E as luzes é um grande aviso do movimento. Maior ainda são as cores - que prismaticamente – se formam dessas luzes.
E desse pequeno raio, refratará um arco íris. Por enquanto será assim.

domingo, 7 de setembro de 2008

um.

E tem de todas as cores, de todos os tamanhos e de todas as formas imagináveis.
No fim, é tudo igual.

Usam a mesma roupa curta diferente. O mesmo cabelo cortado e pintado diferente. São todos e todas iguais e diferentes.
Quando falam, isto é, quando têm eficiência e capacidade para falarem, falam desnecessidades. Relincham palavras de um modo que a sociedade é obrigada a suportar – mesmo a sociedade sendo composta por uma grande parte dessas – escolhem pessoas erradas para estarem sempre perto. Gostam do efêmero, porque talvez, esse cause mais impacto em suas pseudo vidas. Inútil pensar que os outros gostam por agir desta maneira, inútil pensar que isso é bonito e relevante. É medíocre, pífio.

Quando envelhecerem, terão muitas histórias para contar. Histórias para se arrepender.
Contaram com um sentimento amarrado no que sobrou de coração, e se viverem até lá, quando envelhecerem, irão querer voltar e fazer diferente. Ilusão. Voltarão e farão tudo igual. Porque esse tipo de pessoa não muda, e provavelmente nunca percebe a vida fútil e triste que tem. A vida porca que tem.

Resta a você encaixar em quem quiser, usando sua opinião e seu conhecimento desse vasto mundo de putices e canalhices em geral.

domingo, 17 de agosto de 2008

Técnicas de sedução. (?)

Ontem, quando eu estava dentro de devaneios durante o banho, lembrei de uma coisa no mínimo curiosa acontecida há algum tempo atrás.

Foi nos anos de dois mil e seis, se eu não me engano. Era uma festa de quinze anos. E nessas festas “de molecadinha” como diria a minha vó, nesse século vinte e um, só rolam as típicas ‘ficações e pegações’ entre uns e outros. Como vocês bem devem ter conhecimento.

Pois bem, estava eu tranqüila conversando com um amigo na mesa, perto da onde alguns dançavam. Como era perto da pista de dança (‘pista de dança = démodé) as outras mesas ficavam bem atrás da nossa, e estavam todas vazias. Ou melhor, eu achava.

De repente, um galho atinge a minha cabeça violentamente, eu fui até empurrada pra frente. Foi ridículo. Meu amigo nem reparou, já que estava escuro e estávamos sentados longe um do outro. Eu peguei o galho mostrei pra ele:
“Olha isso!”
“Ah, é um pedaço de pau, e daí?”
“E daí? E daí que Tacaram na minha cabeça esse ‘pedaço de pau’!”


Depois de um tempo de risada e gozações, eu finalmente levantei pra achar o infeliz que o tinha feito.
Olhei pra cima, nada. Só tinha a janelinha do Dj e ele estava deveras ocupado esfregando aqueles discos e dançando de olhos fechados com uma mão no ouvido. Virei pra um lado e pro outro, nada.
Virei pra trás. BINGO.

Eu me lembro dessa cena milimetricamente definida.
Era um conhecido meu, não chegava a ser amigo, porque eu nunca tinha conversado com ele. Ele estava sentado na última mesa encostada na janela, vestia preto e tinha o cabelo grande. Estava com uma mão no queixo e a outra na perna.

Meu amigo, viu que eu estava olhando pra ele e disse, zoando, óbvio:
“Eu acho que ele quer ficar com você.”
“Ficar ?! Ótimo modo de pedir! Tacando um galho do enfeite de mesa da festa em cima da minha cabeça!”

Na verdade, eu sabia que ele queria porque ele já tinha pedido, mas eu tinha recusado. Até hoje eu me pergunto, se aquele galho era pra se vingar, ou pra tentar me seduzir de alguma forma esquisita. Os passarinhos se incham pra mostrar as penas pra fêmea, os golfinhos dançam em S e porque ele não poderia tacar um galho na minha cabeça? Formas diferentes de acasalamento.

Depois de um tempo eu descobriria que ele é estranho mesmo. Vieram mais umas duas ou três festas, nas quais ele tentaria de outros modos exóticos seduzir outras garotas. Em uma delas ele deitou na caixa de som do palco antes de perguntar pra uma menina se ela queria ficar com ele. E em outra, ele ficou dançando na minha frente e de outra amiga, porque eu acho que ele estava apaixonado por ela.

domingo, 10 de agosto de 2008

Está tudo bem. Até que uma espécie de bomba atômica, sem atomicidade e sem nada, caí no nosso meio. Se aquela tem o efeito destruidor de raio 15 km, a nossa pode afetar as pessoas mais próximas. Ela não destrói por fora, prefere corroer por dentro. Devagar. Ela tira as cores, apaga as luzes e desliga o som. Não se ouve nada com uma bomba dentro de nós, explodindo aos poucos, dominando o que alcança, enquanto ri descaradamente da nossa incapacidade de preveni-la ou de, já depois, remedia-la.

Você pára e pensa o que fez da vida, o que fez durante a vida. Se, de alguma forma, valeu a pena ter feito o que fez, se devia ter feito mais, ou até, se fez demais. Admitir que a morte nos domine em preto e branco, que nos leve para o mundo que ninguém viu e ninguém sabe, não é fácil. É triste, é pesado. É pesado saber que amanhã você pode não acordar, saber que seu corpo pode estar sendo degenerado por vermes, suas constituições carbônicas desconstituindo-se em partículas desprezíveis, suas moléculas formando outras cadeias, cadeias podres escondidas no sub-solo.

Não sei se é pior pensar isso da gente, posto que, estaremos imunes à dor quando acontecer, ou se o pior é quando acontece com alguém que estimamos. Pensar na morte, ou na dor da perda, só acontece quando o abismo está muito próximo. Tão próximo que dá até pra fechar os olhos e sentir o vento do imenso buraco negro à nossa frente. Do contrário, tapamos os olhos e vivemos ilusoriamente nesse mundo que criamos, onde tomamos por base quase que subliminar, o “isso nunca vai acontecer comigo”. Mas, acontece. Porque o abismo continua ali na frente, e quando a bomba explodir, você cai e se perde igual a todo mundo. Perde-se principalmente porque ele agarra os planos e apaga os objetivos. Derrama lágrimas nos olhos de quem nunca chora e consegue carregar o silêncio para os lugares mais barulhentos.
A bomba te leva pro abismo que exige a sua vida, e em troca te dá a morte.

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

de volta.

Estive longe do mundo digital durante alguns difíceis dias, por falta de fio, conexão e competência de algumas operadoras telefônicas. Não agüentava mais ouvir aqueles corpos gerundiando no meu ouvido e transferindo as minhas ligações pra todos os telefonistas que trabalham na tal operadora. Eu imagino que o inferno seja algo do tipo:


“Você acaba de estar morrendo, por favor, esteja digitando o número do seu CPF para estarmos podendo estar cadastrando você no inferno... Por favor, esteja digitando o número 2 se morreu naturalmente, número 3 se foi um acidente e o número 4 se foi homicídio e para estar ouvindo as opções novamente digite 5. Para estar entrando em contato com o diretor geral do estabelecimento, o Sr. Capeta, e estar fazendo assim, possíveis reclamações, digite 666.O inferno agradece a sua colaboração. Permaneça na linha para estar anotando o número do seu protocolo de atendimento e tenha uma boa morte!”

E fique claro que a internet do inferno deve ser a discada! Porque não existe outro tipo de ligação com a globalização tão inexecutável, tão triste e degradante. É uma delonga essa internet, e espero que alguém tenha a capacidade de extinguir essa coisa arcaica que assola nossa tecnologia até hoje. Sim, eu estou cuspindo no lerdo prato que comi, aliás, o que seriam dos meus dias sem nem olhar meus e-mails e orkutes da vida por esse modo primitivo de conexão. Ah, sim, a internet discada ainda existe. É quase uma raridade, veja você, ela alcança a incrível velocidade de 46,5 kbps, OH, DEUS DO CÉU! - Velocidade da luz? Morra. -

Quando as operadoras resolverem atender nossas solicitações em vez de lançar nossas ligações para terceiros, quartos e quintos, eu posso voltar à vida normal cibernética. Porque internet é necessária, e não me venha com essa cara de: Jesus, acuda essa pobre alma viciada e fútil.
Eu queria ver você aí, bonitinho, sem o seu mouse e o seu tecladinho e essa cadeira que você despeja a bunda pra olhar a vida alheia nessa tela quadradinha e iluminada, queria ver você sem isso! Ah, sim, também te amo.

Enfim, eu tentei postar 35 milhões ao cubo de vezes aqui, e não foi possível devido a grande incapacidade que acompanha a já mencionada quebra galho internesca, também tentei comentar nos outros blogs e novamente não foi possível. Espero que agora, tudo volte ao normal. Só não sei definir esse "normal".

terça-feira, 8 de julho de 2008

Um conselho.
Não deseje ficar sem internet, em hipótese alguma.

Outro.
Não queira postar no seu blog de um computador estranho, com uma bolinha de mouse que não roda direito e um teclado com algumas teclas emperradas.
Não queira usar a internet onde a sua pequena prima esteja, ou melhor, um lugar que ela esteja com um avião de ferro na mão tentando fazer ele voar.Tacando por cima da sua cabeça.



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Quando eu estiver andando pela rua e achar um fio de telefone, um modem e pedir internet na casa da minha vó, eu posto decentemente.

sexta-feira, 27 de junho de 2008

Yellow B.





When I arrive there
And you will be with me
We’ll be like one couple
Of beautiful yellow bee.

quarta-feira, 25 de junho de 2008

Beber ou não? Que questão...

Antes da nova e chocante Lei Seca ser aprovada no Brasil, os jornalistas cansaram de estampar as primeiras capas da vida com os acidentes causados pelo álcool. Colocando como culpado único e exclusivo: o governo, típico.
Fãs do Procom, só sabem reclamar.
“O trânsito está perigoso.”
“Brasil tem um dos maiores índices de acidentes rodoviários.”
“O álcool não cansa de fazer vítimas.”

E muitos outros que cansamos de ler.
Finalmente,
pra alegria geral da nação, e dos jornalistas, essa Lei Seca foi aprovada. Isso todo mundo sabe, todo mundo viu.

E hoje, quando eu abro o cotidiano, está lá, escrito em letras garrafais e enfeitados com neon de motel beira de estrada:
“Lei seca é uma das mais rígidas do mundo”

ãhn?

Pelo amor de Santa Bárbara do Oeste, olha a conotação negativa desse título. Traduzindo: “seus burros, exagerados e doidos de pedra, agora a gente não pode nem mais dá uma bebidinha e uma morridinha”.

Não satisfeitos, ainda acharam uma maneira dos biriteiros de plantão burlar o sistema. Confira:

“O advogado Roberto Delmanto afirma que ninguém, pela Constituição, é obrigado a produzir prova contra si [...] .A orientação dele é não fazer o exame e questionar a multa na Justiça”.

É gente com uma vida meio tediante eu acredito, ou dotados de uma tamanha obsessão constitucional perfeccionista. Admiro muito um advogado, pessoa que teoricamente deveria trabalhar em prol da sociedade, achar uma maneira de ridicularizar a lei. Porque de fato, é ridículo.
Imagine um pau d’água se recusando a fazer o teste do bafômetro, porque a constituição diz que ele não é obrigado, e como um bom seguidor da lei que é, não vai bafejar em nada.

Ainda tento entender o que esses jornalistas querem.
Quando na verdade, o propósito justamente deve ser não querer nada, ou só criticar, o mais apropriado. Afinal, são jornalistas críticos, estava esperando que eles elogiassem uma medida governamental?

E a cachacinha do domingão, onde fica?


ps: se quiserem ver toda a [reportagem], a folha disponibiliza parte dela no site.

domingo, 22 de junho de 2008

Domingo


Hoje é domingo pé-de-cachimbo, na minha humilde opinião: o pior dia da semana.
Dormir até tarde é uma batalha, invencível talvez.
Dentre todas,os principais inimigos são:

[Caminhões] – vendedores de tudo que você imaginar. Desde os que consertam fogões e panelas de pressão, até as lendárias pamonhas de Piracicaba, fresquinhas, fresquinhas.

[Mães x higiene] – Fazer limpeza tudo bem. Mas fazer limpeza no domingo de manhã, e começando pelo seu quarto, é sacanagem. Principalmente quando elas abrem a porta, caminham até a janela, puxam com tudo a sua cortina e dizem sarcasticamente: "QUE DIA LINDO, OLHA ESSE SOL!"

[Irmão e vizinho] – É lindo quando ele acha que domingo é um bom dia e oito é uma boa hora pra se aprender, sozinho, a tocar violão. Cantando.

[Pai x marceneiro] – Eu queria saber de onde vem a inoportuna necessidade dos homens mostrarem que sabe consertar algo dentro de casa. Isso inclui fazer furos com aquela furadeira do Paraguai e botar parafusos em todas as paredes. A casa fica com mais buracos que a peneira de lavar arroz.

[Vassouras] – Ainda no surto de higiene da sua mãe, ela resolve não optar pelo seu quarto, entretanto pega aquela velha vassoura de piaçaba e da-lhe a esfregar freneticamente o chão do quintal. Faz mais barulho que a furadeira do seu pai e o violão do seu irmão juntos.

Baseado nesse fatos matutinos, você acorda com aquele bom humor de um serial killer. A pasta de dente acabou, tem só um rolinho marrom no lugar do papel higiênico, e você não tem idéia da onde ficam guardadas essas coisas.
Olha pro seu cachorro, e tem vontade de vê-lo cozido na sua frente com uma maçã na boca.

Arruma-se, e vai pro costumeiro almoço em família na casa da vó.
Chega lá, todo mundo feliz, contente e fazendo comentários:
“Nossa, eu acho que você emagreceu, em...”
Mentira, o ser engordou três quilos, e ainda está vestindo uma batinha de bolinhas.
Típico comercial de margarina. É claro, em todos os sentidos. Desligam-se as câmeras, e a vida volta ao normal. O genro falando mal da cunhada, a irmã metendo o pau no sobrinho.

Volta pra sua casa, e o computador não pega. Se pega, a internet não pega. Se a internet pega, ninguém está no msn. Porque geralmente, algumas pessoas têm uma vida social melhor que a sua.
Você desliga a droga do computador, e com o sinal de derrota estampado na cara, senta-se em frente à TV, assinando assim, a sentença de morte.

Fica até enquanto seus olhos agüentam tamanho massacre, começam as náuseas. Torturado, você caminha até a sua cama pra tentar dormir um pouco.

Instantaneamente, os caminhões reaparecem.
"OLHA AÍ FREGUESIA, É O CARRO DAS FRUTAS PASSANDO PELA SUA RUA, MELÃO, ABACAXI E LARANJA, TUDO FRESQUINHO,ESTAMOS PASSANDO..."

Atordoado com tanto gerundismo, você se levanta e fica andando de um lado pro outro procurando o que fazer, inutilmente, porque domingo não se tem nada pra fazer.
E como se não bastasse todo esse espírito funeral, ainda é véspera de segunda-feira.





Vale.