domingo, 17 de agosto de 2008

Técnicas de sedução. (?)

Ontem, quando eu estava dentro de devaneios durante o banho, lembrei de uma coisa no mínimo curiosa acontecida há algum tempo atrás.

Foi nos anos de dois mil e seis, se eu não me engano. Era uma festa de quinze anos. E nessas festas “de molecadinha” como diria a minha vó, nesse século vinte e um, só rolam as típicas ‘ficações e pegações’ entre uns e outros. Como vocês bem devem ter conhecimento.

Pois bem, estava eu tranqüila conversando com um amigo na mesa, perto da onde alguns dançavam. Como era perto da pista de dança (‘pista de dança = démodé) as outras mesas ficavam bem atrás da nossa, e estavam todas vazias. Ou melhor, eu achava.

De repente, um galho atinge a minha cabeça violentamente, eu fui até empurrada pra frente. Foi ridículo. Meu amigo nem reparou, já que estava escuro e estávamos sentados longe um do outro. Eu peguei o galho mostrei pra ele:
“Olha isso!”
“Ah, é um pedaço de pau, e daí?”
“E daí? E daí que Tacaram na minha cabeça esse ‘pedaço de pau’!”


Depois de um tempo de risada e gozações, eu finalmente levantei pra achar o infeliz que o tinha feito.
Olhei pra cima, nada. Só tinha a janelinha do Dj e ele estava deveras ocupado esfregando aqueles discos e dançando de olhos fechados com uma mão no ouvido. Virei pra um lado e pro outro, nada.
Virei pra trás. BINGO.

Eu me lembro dessa cena milimetricamente definida.
Era um conhecido meu, não chegava a ser amigo, porque eu nunca tinha conversado com ele. Ele estava sentado na última mesa encostada na janela, vestia preto e tinha o cabelo grande. Estava com uma mão no queixo e a outra na perna.

Meu amigo, viu que eu estava olhando pra ele e disse, zoando, óbvio:
“Eu acho que ele quer ficar com você.”
“Ficar ?! Ótimo modo de pedir! Tacando um galho do enfeite de mesa da festa em cima da minha cabeça!”

Na verdade, eu sabia que ele queria porque ele já tinha pedido, mas eu tinha recusado. Até hoje eu me pergunto, se aquele galho era pra se vingar, ou pra tentar me seduzir de alguma forma esquisita. Os passarinhos se incham pra mostrar as penas pra fêmea, os golfinhos dançam em S e porque ele não poderia tacar um galho na minha cabeça? Formas diferentes de acasalamento.

Depois de um tempo eu descobriria que ele é estranho mesmo. Vieram mais umas duas ou três festas, nas quais ele tentaria de outros modos exóticos seduzir outras garotas. Em uma delas ele deitou na caixa de som do palco antes de perguntar pra uma menina se ela queria ficar com ele. E em outra, ele ficou dançando na minha frente e de outra amiga, porque eu acho que ele estava apaixonado por ela.

4 comentários:

Welker disse...

Já pensou se a moda pega?

As micaretas do carnaval vão ser verdadeiros treinos medievais de força.

Gostei do blog. Você ganhou mais um leitor.

Gabz disse...

e a pergunta que não quer calar:
da onde saiu esse ser deveras estranho?
porque, realmente, não há como entender como essa pessoa pode sair de um útero normal numa cidade terráquea e ter tantas idéias 'inovadoras' assim.

Marco Antonio Araujo disse...

Acho que ele estava puto contigo mesmo e depois dançou na tua frente pra te irritar

R. S. Diniz disse...

Hum... lembro-me de ter visto uma alegoria sobre a forma como homens seduziam as mulheres na pré-história: acertavam-nas no crânio com um porrete, e as arrastavam para dentro de uma caverna.

O dito cujo, presumo, deve ser então o último neandertal!

Ele deve, no mínimo, ter sido feito em laboratório, com manipulação de genes extraídos de um fóssil.